O ciclo menstrual existe para a reprodução da espécie, que para a mulher vai dos 12 aos 49 anos, em média. O processo se inicia no hipotálamo, um setor cerebral que regula as glândulas e as emoções. Ele libera hormônios que fazem com que a hipófise produza hormônios estimuladores glandulares, um deles para o ovário, onde milhões de óvulos estão armazenados em formas imaturas nos folículos. Com esse estímulo, vários desses folículos começam um processo de amadurecimento que produz os hormônios chamados estrogênios, que têm várias ações no corpo feminino. Eles promovem o crescimento das mamas, depósitos de gorduras e crescimento de pelos em lugares específicos, e especialmente o crescimento de camadas no endométrio, a membrana que recobre a cavidade uterina. 14 dias depois, o hipotálamo reconhece o trabalho do ovário e libera outro hormônio, que faz com que o folículo mais amadurecido se rompa e libere o óvulo, pronto para se encontrar com um espermatozoide e gerar uma nova vida, que vai se aninhar e nutrir-se das camadas do endométrio. Nessa fase o ovário produz o hormônio progesterona. Se a fecundação não acontece, 14 dias depois esse endométrio é expelido, para ser novamente reconstituído no ciclo seguinte. A fase fértil da mulher se calcula através do dia da ovulação, que em mulheres com ciclos regulares de 28 dias se dá no 14º dia do ciclo, contado do primeiro dia da menstruação. Calculado esse dia, dá-se uma margem de segurança, podendo ser contado do dia 9 ao dia 18 do ciclo.
Ilustração: Kauê T. Freitas
A TPM acontece no período após a ovulação até o começo da menstruação, mas geralmente é mais forte na véspera do início do fluxo. Pode ser diferente em algumas mulheres, mas é sempre na segunda fase do ciclo, a partir do 14º dia. Algumas vezes dá só sintomas físicos, como inchaço e dor de cabeça, mas geralmente dá também sintomas psíquicos, com queda da autoestima e dificuldade de aceitar frustrações. A pílula anticoncepcional fornece os hormônios que o ovário faz, quando estimulado pela hipófise. Como já estão prontos, o ovário não amadurece óvulos, dos quais um seria lançado na trompa no 14º dia do ciclo, apto a ser fecundado por um espermatozoide que ali se encontrasse.
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Corrimento
O que é corrimento? É um aumento importante do conteúdo vaginal, que se exterioriza através da vulva, aparecendo como manchas nas vestes íntimas. Quais são os sintomas? Coceira e incômodo na região vulvar. A secreção abundante e o forte odor podem fazer com que a mulher sinta vergonha. Quais os tipos? O tipo do corrimento vai depender da causa. Os mais comuns são: 1- Líquidos, intensos, amarelados ou esverdeados, apresentando pequenas bolhas; 2- grumosos, brancos, com intensa coceira; 3- espessos, amarelos; 4- brancos, líquidos, intensos com coceira e ardor; 5- intensificação do pequeno corrimento pré-existente que era normal para esta paciente. Corrimento sanguinolento é alerta de doenças importantes e o médico deve ser consultado de imediato. O que causa o corrimento? Como a vagina é um órgão cavitário que é revestido por mucosa e em seu fundo existe o colo do útero, apresenta uma secreção normal que se exterioriza normalmente através da vulva. Fisiologicamente esta secreção aumenta em certos períodos, como por exemplo, na excitação sexual, ou antes da menstruação. Má higiene intima é uma causa comum de corrimento. Mas pode haver corrimentos que são sintomas de doenças, como o tipo 1 acima descrito, cuja causa é o tricomonas, ou do tipo 2, causado por cândida. Em geral as do tipo 3 são as cervicites (inflamação do colo do útero). Há, finalmente, a gardnerella , que pode se apresentar como tipo 4 . Às vezes a mulher tem associação de germes e o corrimento é variado em sua forma, cor e sintomas. Uso indevido de anticoncepcionais hormonais e doenças do colo do útero (cervicites, por exemplo) e dispositivos intrauterinos ( DIU) podem também ser causas de corrimento.
Como ele pode ser diagnosticado? a) Pela história clinica contada pela paciente. Exemplo: é verão fui à praia usando fio dental, sentando direto na areia sem proteção, ficando com o biquíni molhado e fazendo uso de toalhas e banheiros fechados por muito tempo, com intensa atividade sexual e agora tenho corrimento branco, com grumos, e intensa coceira que me deixa “louca”. b) Através do exame feito pelo médico ginecologista, pois, uma análise da vulva e da vagina pode detectar o problema, sendo o odor uma boa pista da etiologia. Exemplo: tive uma relação sexual extemporânea há três dias atrás sem proteção e agora corrimento amarelado, febre e prurido. É muito importante que a paciente relate minuciosamente o que aconteceu.
Após a feitura do exame ginecológico, exames laboratoriais podem servir para confirmar o diagnóstico realizado na secreção vaginal, tais como exames diretos, bacterioscópicos, culturas específicas para gonococo, clamydia e Mycoplasma; o próprio médico pode fazer um teste odorífero. A colheita destes exames deve ser precedida de alguns cuidados, a saber: pausa sexual de 48 horas, não ter usado cremes ou pomadas vaginais, nem duchas e lavagens e não estar menstruada . Os exames de colposcopia e citologia oncológica (papanicolau) podem ajudar no diagnóstico.
Há prevenção? Que medidas devem ser tomadas para evitá-lo? Deve ser considerada fundamentalmente a higiene íntima feminina. Evitar produtos que contenham química e desodorantes, alem de protetores perfumados. Cada paciente tem uma maneira de se higienizar. As mais comuns são as lavagens vaginais, duchas e introdução de produtos na vagina. A mulher do século XXI paga um preço por sua liberdade, cobrado às vezes pelo corrimento. Exemplifico: elas passam muitas horas fora de casa sem possibilidade de higiene íntima, usando calças apertadas que impedem a transpiração. A mullher sempre que possível deve usar saia e roupa íntima de algodão, evitando tecidos que impedem a transpiração e a absorção de corrimentos fisiológicos (normais).
Qual o tratamento? Evitar o uso de tratamentos inadequados indicados por amigas ou familiares. O que foi eficaz para tratar a paciente A pode não ser o correto para a paciente B. (corrimentos semelhantes podem ter causas distintas). Para o tricomonas metronidazol ou secnidazol ; para as Cândidas, nistatina ou miconazol. Gardnerellas devem ser tratadas com ampicilina ou metronidazol. Já as Clamidias , assim como os micoplasmas e Neisserias usar antibióticos específicos. Lembro neste momento que a automedicação pode ser prejudicial à saúde. Nunca esquecer que as mudanças de hábito (usar saia, limpar as gavetas onde guardam as vestes íntimas, às vezes trocá-las por novas, ir com mais freqüência ao banheiro para higienização, etc) são fatores que ajudam no tratamento. É importante ressaltar que o ou os parceiros sexuais desta mulher devem ser tratados se comprovada a sua contaminação como vetor ou causa das infecções genitais cujo elo comum é o corrimento.
Qual a faixa-etária mais afetada pelo corrimento? Em geral o corrimento acomete mulheres com atividade sexual intensa com vários parceiros. Fisiologicamente recém-nascidas podem apresentá-lo sem significado de doença. Quando crianças, normalmente é por falta de higiene (criança não tem tempo para higiene, assim como para as refeições). A história nos mostra que as mulheres muito cedo não mais têm a membrana hímen íntegra, ainda numa fase em que o colo do útero é imaturo e portanto sujeito a infecções e , mais grave, a possibilidade de gerar colos uterinos com alterações que podem chegar ao câncer de colo. Por outro lado, após o climatério, há uma involução dos genitais femininos e o corrimento pode aparecer por traumatismos diretos na mucosa vaginal. Isto esta se acentuando agora que os maridos destas pacientes usam pílulas para melhorar a ereção. A paciente já estava conformada e esquecida do que é sexo vaginal e de repente o marido exige, não tem o cuidado necessário e as mulheres voltam a ter problemas como lacerações, infecções e etc. Uma visita ao médico e pronto: ele vai entendê-la e medicá-la de acordo com a necessidade do casal.
Cólica menstrual
O que é dismenorréia? Toda menstruação é acompanhada de contrações uterinas, mas em alguns casos estas contrações produzem cólicas intensas, às vezes incapacitantes. Ao quadro de fluxo menstrual acompanhado de cólicas os médicos dão o nome de dismenorréia (“menstruação difícil”). Cerca de 90% das mulheres já apresentaram pelo menos um episódio de dismenorréia. Este distúrbio é a causa mais comum de falta ao trabalho e/ou escola entre mulheres jovens. Infelizmente, em muitos casos, o problema não é diagnosticado e tratado adequadamente. Na verdade, o distúrbio é tão comum que muitas mulheres sequer relatam o distúrbio em suas consultas periódicas, mesmo quando há prejuízo das atividades habituais.
O que causa? A dismenorréia pode ser primária (causada por alterações hormonais) ou secundária (causada por distúrbios como endometriose, doença inflamatória pélvica, miomas uterinos, cistos ovarianos, uso de DIU e, raramente, câncer). Vários fatores de risco podem ser associados a episódios mais intensos de dismenorréia: primeira menstruação com pouca idade, períodos menstruais prolongados, tabagismo, obesidade e alcoolismo. Até o momento, não existem evidências de que mulheres com filhos apresentam uma incidência menor ou crises de dismenorréia menos intensas que aquelas que nunca engravidaram.
Como é feito o diagnóstico? A dismenorréia primária em geral se apresenta ainda na adolescência, nos primeiros 3 anos após o início dos ciclos. As cólicas intermitentes na porção inferior do abdome são a manifestação mais comum e podem irradiar para a região lombar e membros inferiores. Em geral surgem nas primeiras horas do início da menstruação, piorando à medida em que o fluxo menstrual aumenta durante os dois primeiros dias do ciclo. Náuseas, vômitos, diarréia, fadiga, febre, dor nos seios (mastalgia) e dor de cabeça também podem ocorrer. O médico pode estabelecer o diagnóstico apenas realizando um bom exame clínico / ginecológico da paciente, mas é importante considerar sempre a possibilidade de causas secundárias para a dismenorréia e outros distúrbios capazes de produzir os mesmos sintomas. Por exemplo, ao contrário da dismenorréia primária, na endometriose frequentemente existe queixa de dor crônica durante a relação sexual, alterações urinárias e infertilidade. Exames de sangue, ultrassonografia pélvica, tomografia computadorizada, ressonância magnética, histeroscopia e laparoscopia podem ser utilizados criteriosamente para identificar causas secundárias.
Existe tratamento para dismenorréia? A maioria das mulheres com dismenorréia apresenta uma boa melhora com uso de antiinflamatórios da classe não-hormonal (por exemplo: diclofenaco, meloxicam, ácido mefenâmico, nimesulide, ibuprofeno, ácido acetil salicílico, etc). A resposta ocorre 30-60 minutos após administração do medicamento.
Tabela 1 – Dicas para lidar com a Dismenorréia • Beba um copo de chá quente (mate ou camomila) • Deite de costas e coloque um travesseiro apoiando a parte de trás dos joelhos • Faça compressas mornas na região lombar e no abdome • Tome um banho morno • Massageie delicadamente o abdome • Faça exercícios leves, como alongamentos ou caminhadas (eles ajudam a diminuir a dor). • Repouse e evite se expor a situações estressantes durante as menstruações
A maioria das mulheres com dismenorréia primária relata alívio dos sintomas após iniciar o uso de anticoncepcionais orais, mas em geral são necessários até 3 ciclos para que seja observada alguma diminuição na dor, o que não torna a pílula muito útil para tratar os casos agudos. Cerca de 10% das mulheres não responde ao tratamento com antiinflamatórios e ao uso de hormônios por via oral. Nestes casos, é importante considerar a possibilidade de dismenorréia secundária. Em todos os casos, a avaliação médica é imprescindível.
Dr. Alessandro Loiola é Especialista em Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo pela Santa Casa de Belo Horizonte . Atua em hospitais públicos e em sua clínica particular, em Belo Horizonte. Contato:
Pele levemente acinzentada, flacidez e rugas precoces. Essas são as marcas deixadas pelo cigarro no rosto dos fumantes. E para as mulheres, a notícia é ainda pior. Elas sofrem mais os efeitos devastadores da nicotina, por conta da queda no hormônio feminino, o estrogênio. A droga deixa traços também nas mãos, que ganham coloração amarelada nas pontas dos dedos e placas das unhas. Esses pacientes obtêm resultados em procedimentos estéticos, mas nunca chegam ao resultado ideal. Nesse caso a prescrição é clara, abandonar o cigarro. E nunca é demais lembrar que ele está ligado a um terço dos diagnósticos de câncer. Respire fundo - para quem colocou o pé em 2010 com a determinação de parar de fumar e já conseguiu, segue algumas estratégias para resgatar a saúde e a beleza da pele. O laser CO2 é uma delas. Trata-se de uma tecnologia - testada clinicamente e aprovada pela Anvisa - capaz de reduzir rugas e amenizar linhas de expressão, além de restaur a tonicidade e a textura da pele. Estimula ainda a produção de colágeno após a remoção do tecido danificado, agindo no combate à flacidez do tecido da face. Os resultados são visíveis logo na primeira aplicação. Uma vantagem para os pacientes é que o tempo de recuperação é inferior aos demais tratamentos de rejuvenescimento facial: de três a cinco dias. Outro procedimento indicado é a aplicação do ácido hialurônico, já consagrados nos consultórios dermatológicos. O método é bastante utilizado para quem fumou por muito tempo e, por essa razão, possui rugas comuns nos tabagistas. A aplicação visa preencher os sulcos e tem duração de até dois anos, sendo naturalmente absorvida pelo organismo.